terça-feira, 26 de junho de 2012

Das Virtudes IX - A Diligência

Hoje gostaria de falar da diligência.

Esta é uma virtude que poucos têm, ou melhor, que poucos a aperfeiçoam. Muitas vezes nós não somos diligentes em nossos trabalhos e afazeres porque somos ociosos, porque nos deixamos levar pelo facilitismo, por simples desculpas que apenas demonstram preguiça em fazer melhor.
Devemos ser diligentes em tudo que fazemos. Se vamos fazer alguma coisa devemos usar de toda a nossa habilidade, conhecimento e concentração para realizar essa tarefa. Isto aplica-se a todas as coisas, desde estudar para um exame, trabalhar numa fábrica, ler escrituras, ajudar os outros, etc.. Tudo deve ser feito com um espírito diligente.

Quando somos ociosos em nosso trabalho, nós não estamos a dar o nosso melhor para o realizar. Imaginem estarem a estudar para um exame ou a trabalhar no computador mas ter uma página na Internet a mostrar umas imagens para rir e divertir. Ou fazer estas coisas e ter um filme a dar. A nossa concentração não estará virada para o trabalho mas para as distracções.

Quando somos preguiçosos e pouco perfeccionistas, nós deixamos que nosso trabalho perca qualidade apenas porque queremos acabar rápido, ou porque vamos copiar informação por preguiça de escrever por palavras nossas, ou vemos coisas com pouca qualidade mas dizemos para nós mesmos não faz mal porque ninguém repara e o trabalho fica com pouca qualidade. Alguém repara sempre, nós reparamos. Um dia vamos olhar para trás e vamos ver que se tivéssemos feito mais, dado mais de nós, hoje estaríamos em uma situação bem melhor ou diferente. Gosto de pensar no meu exemplo. Hoje podia ser um médico formado, pois sempre gostei de medicina mas, no Ensino Secundário, eu nunca peguei em um livro para estudar, não precisava, a matéria era fácil ou seja, não peguei num único livro para estudar para os exames. Acabei o secundário com uma simples média de 15. Apesar de todos me dizerem "muito bem" eu achei uma misera nota, pois tinha potencial para tanto mais. Tenho uma orientadora na universidade que me dizia até isso és uma pessoa que sabe muito, sabe fazer as coisas, resolve bem os problemas e de forma eficiente mas se pegasses num livro terias uma média bem melhor e não terias problemas em encontrar bolsas para trabalhar. Isto porque a média conta, apesar de nós dizermos para nós mesmos que o trabalho fala por si, e o meu fala, o que os empregadores olham primeiro é para a média - é essa a primeira selecção.

O mesmo se passa em nosso trabalho normal, se nós não usamos de toda a nossa habilidade e conhecimento, isso se irá reflectir no produto final, seja ele qual for, e então, o resultado será de pouca qualidade ou não haverá resultado.

É uma coisa complicada, lutar contra a preguiça, contra o facilitismo, contra a ociosidade, contra os pensamentos "eu nem gosto disto e só estou aqui porque não há mais nada". Posso não gostar mas já que aqui estou vou dar 100%. Deixa-me triste ver pessoas que foram abençoadas com um trabalho mas passam as horas a queixarem-se desse mesmo trabalho, não dão 100% de si porque acham que por não gostarem é justificação para baixarem a qualidade. Vejo pessoas que preferem deixar para amanhã coisas que podiam ser perfeitamente realizadas hoje mas fazem-no por preguiça, para poderem sair mais cedo.

Não digo que devemos ser robôs, falo por mim, onde trabalho gosto que o ambiente seja relaxado. Meus colegas de grupo de laboratório acham o mesmo, que um ambiente relaxado ajuda ao trabalho, mas ser relaxado não implica ser desleixado ou menos diligente.

Muitos dos nossos problemas começam porque nós não fomos diligentes em alguma tarefa. Vamos sempre a tempo de começar.

1 comentário:

  1. Tens um bom exemplo na Função Pública: é doutor e engenheiro para tudo quanto é lado. Salamaleques em tratamentos e mais alguma coisa. Depois, vamos a ver, a produtividade é bem conhecida de todos!

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