domingo, 30 de dezembro de 2012

Do Tempo XVI - Mensagem de Ano Novo!


Já à uns dias que não escrevo nada no blog. Podia culpar o Natal e o facto de ser um tempo de muita correria e confusão mas a razão por não ter escrito - muito - foi porque pura e simplesmente estava pouco inspirado a isso. 
No entanto, o ano está a acabar e, nesta altura, a maior parte das pessoas começa a ponderar o que fez durante o ano que acabou e começa a traçar metas para o novo ano que começa. Pessoalmente eu costumo fazer essa ponderação quando chega o dia do meu aniversário mas, no dia de ano novo, também penso um pouco sobre todo o ano que passou. 

Este ano de 2012 foi um ano muito bom na sua generalidade. Durante o ano fiz coisas fantásticas  aprendi bastante, ganhei conhecimento de muitas coisas concernentes aos Céus e à Terra e tive a oportunidade de Servir os meus irmãos. Sumariando, um pouco, estes acontecimentos, O ano começa comigo a ser Chamado (ser chamado é ser nomeado) como Líder da Obra Missionária do Ramo de Guimarães. Este foi um chamado que me fez aprender bastante, principalmente sobre as pessoas e em como elas são diferentes e de como o mundo tem uma grande falta de Amor e Confiança, seja entre cada um de nós ou seja entre nós e Deus. 
Mais tarde, em Abril, tive a oportunidade de ir ao Templo - A Casa do Senhor - e ser Investido. Convénios foram feitos e mais conhecimento adquiri sobre as coisas do mundo e dos Céus. Este conhecimento serve para o meu crescimento pessoal mas, sobretudo, para poder ajudar mais aqueles que me rodeiam. Aprendi muito durante aquele dia que passei no Templo , muito sobre mim, sobre o meu potencial e sobre as arestas que tenho de limar. 
Durante a mesma altura eu criei este Blog. Este blog foi criado como uma outra forma de comunicação com o mundo. Durante dias a fio eu tinha pensamentos e sonhos sobre escrita, sobre temas que deveria escrever e mostrar ao mundo. Não sou um escritor profissional, isto é, nota-se pelo meu português e pela minha forma de construção de frases de que eu não sou um bom escritor. No entanto tinha, e tenho, esta necessidade de escrever e mostrar algum do meu conhecimento ao mundo. Tudo isto porque acredito que devemos ser uma Luz para o mundo. Se temos Luz então ela deve ser usada para iluminar o caminho dos outros pois, um dia, nós também estivemos à procura de uma Luz e ela chegou a nós de alguma forma.
Mais eventos aconteceram mas, agora já no final do ano, eu vi a minha Tese de Mestrado concluída. Foi uma luta mas foi um processo no qual eu aprendi bastante, principalmente sobre Disciplina e Diligência no trabalho. 
O Ano acabou com uma festa de Natal com a família toda. Adoro o Natal principalmente por isso mesmo, por se juntar a família toda e sentir o Amor e a Harmonia entre todos. O Espírito do natal centra-se muito na família e no Amor entre todos.

Mas, um novo ano vai começar.
Tempo de traçar novas metas. As minha metas são simples no falar mas na execução exigem um pouco de mim. Como sabem, eu tenho o desejo de me melhorar e essa será sempre a minha meta. Por isso as minhas metas centram-se sempre em ser melhor do que aquilo que eu já sou. Se sou bom na disciplina então tentarei ser melhor no ano que vem. Se sou mau no exercício físico e dieta, então para o ano serei melhor e cuidarei melhor do meu corpo. Se sou pouco social então darei o meu melhor para ser mais social com os outros. E por aí fora..
O Ano que começa em dois dias também será um ano de mudança. Curiosamente o ano acaba e um ciclo também acaba. No próximo ano a minha vida irá mudar e acredito que será para bem melhor. Apesar de toda a negatividade que nos rodeia nos últimos meses, eu estou bastante confiante para o ano que vai começar. Sinto uma Paz enorme e uma certeza de que, apesar das dificuldades que irão sempre existir, elas serão ultrapassadas e o ano será um ano bom. Acredito que será bom em todos os sentidos, seja na saúde, no trabalho e no Amor. Não sei o que me espera mas tenho a confiança de que será algo de bom e apenas tenho de fazer a minha parte e manter a minha confiança no Senhor e confiar mais em mim próprio. 


Desejo-vos a todos um Excelente Final de Ano 2012 e um ano 2013 Fantástico e cheio de felicidade.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Da Religião XXI - A Conversão


Esta semana foi bastante complicada, pois tive de andar a preparar a minha Defesa de Mestrado e isso ocupou bastante a minha mente nestes últimos dias. No entanto existe um assunto que gostava de ter escrito no inicio da semana mas não aconteceu que é a história da minha conversão (e alguma história até esse momento).

A 16 de Dezembro de 2010 começou a história da minha conversão ao Evangelho de Jesus Cristo. Esta data ficou marcada em meu coração e lembro-me dessa noite como se tivesse acontecido ontem. Mas, antes de começar a contar a história vou contar um pouco da história até esse dia. 
Eu sempre me considerei uma pessoa religiosa e de Fé. Cresci numa família Católica por tradição. Fui à missa todos os domingos (ou grande parte deles) até aos meus 16-17 anos. Quanto era pequenino até queria ser Padre, não porque era giro mas porque servir a Deus talvez fosse algo que já estivesse no meu sangue. A partir dessa idade comecei a questionar algumas coisas, como é normal. Mas, em vez de me afastar completamente da religião e de Deus eu fiz o oposto, eu decidi estudar mais sobre religião. Decidi ler a Bíblia (quantos dizem que a leram mas realmente não a leram?) mas também comecei a procurar em outros lados como o Alcorão,  Budismo, algumas crenças "pagãs", etc.. mas sempre chegava a uma conclusão: eles parece que têm partes de um puzzle mas não têm a imagem completa. Este pensamento sempre esteve na minha mente porque todas as igrejas e religiões que estudava falavam de coisas muito parecidas na essência mas depois perdiam-se nas coisas dos Homens e nas suas filosofias. Alguns viravam-se mais para os rituais e o factor visual, outras tinham  filosofias que pareciam pouco razoáveis como Reencarnação, que foi sempre algo que nunca fez muito sentido para mim, seja na doutrina seja na prática. No entanto todas apontavam a algo que sempre olhei como Verdade absoluta - Deus nos Ama e que nós somos Eternos.  

Claro que, com o passar dos anos, fui-me deixando envolver pelo mundo e as coisas ficaram esquecidas. Mas, no meu 24º aniversário - em 2010, eu decidi voltar a fazer da minha vida algo melhor e voltar-me, de novo, para Deus. Sete dias antes do Natal, estava eu a voltar da Universidade, depois de um dia complicado de trabalho o qual me fez perder a camioneta que costumo apanhar (mais cedo) e, encontro dois anjos, na forma de duas Sisters Missionárias que caminhavam à minha frente. Eu ia distraído e aluado como sempre, ou seja, a não dar atenção a nada, e elas, do nada, param e olham para trás e vêm em direcção a mim. Era uma noite bem fria mas estivemos a conversar sobre Deus, sobre Jesus Cristo e sobre o Evangelho uns 20-25min. No final da conversa, pois já eram quase oito horas da noite, elas entregam-me um Livro de Mórmon e convidam-me a ler o livro e a ponderar sobre as coisas que lá estavam escritas, ou seja, a orar e a ponderar se o Livro era, ou não, de Deus. Também me convidaram a assistir à reunião da Igreja que acontece todos os Domingos. Despedimo-nos e dirigi-me, então, para casa.

Escusado será dizer que, mal cheguei a casa comecei a folhear o livro. Como bom leitor que sou comecei pelo fim. Deparei-me com esta escritura que me fez pensar em tudo que tinha aprendido durante uma vida: 


Eis que desejo exortar-vos, quando lerdes estas coisas, caso Deus julgue prudente que as leiais, a vos lembrardes de quão misericordioso tem sido o Senhor para com os filhos dos homens, desde a criação de Adão até a hora em que receberdes estas coisas, e a meditardes sobre isto em vosso coração.

E quando receberdes estas coisas, eu vos exorto a perguntardes a Deus, o Pai Eterno, em nome de Cristo, se estas coisas não são verdadeiras; e se perguntardes com um coração sincero e com real intenção, tendo fé em Cristo, ele vos manifestará a verdade delas pelo poder do Espírito Santo.

E pelo poder do Espírito Santo podeis saber a verdade de todas as coisas.

Esta escritura fica em Morôni 10:3-5. Foi a primeira escritura que li do Livro de Mórmon. Como que para saber se um bolo é bom apenas é necessário provar uma fatia, com esta escritura foi-me testificado que este Livro era de Deus. Esta escritura tem duas coisas que sempre defendi em relação ao Pai. Ela nos diz que devemos usar a nossa cabeça, ou seja, que devemos pensar por nós próprios e não apenas acreditar em tudo que nos dizem. Se temos falta de sabedoria não devemos acreditar, apenas, nas palavras dos homens mas devemos perguntar aquele que sabe todas as coisas - ao nosso Pai Eterno. Outra coisa que diz é que o Deus é um Pai Amoroso e que se preocupa connosco e que nós somos filhos rebeldes.

Mais coisas li do Livro naquela noite mas não foi muito. No Domingo fui à Igreja e fui recebido de uma forma que me assustou. Não porque fui mal recebido mas muito pelo contrário. Mal entrei naquelas portas eu fui abordado por quase uma dezena de pessoas que me cumprimentavam e davam as boas-vindas. Nunca senti tanto Amor por desconhecidos como naquele dia. Este Amor só podia vir de algo de Deus pensava eu para mim próprio. 

Nas semanas seguintes eu tive lições com as missionárias e os missionários que vieram para as substituir. Conversávamos sobre o Evangelho e eles me explicavam a Igreja, o Plano de Deus para nós, a Restauração, etc.. 
No dia 29 de Janeiro de 2011 fui, então, baptizado n'A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja que acredito e defendo como sendo a Igreja Restaurada de Jesus Cristo. Durante 5-6 semanas orei e ponderei sobre as coisas que ouvia e lia - comparando Livro de Mórmon e a Biblia - e recebi um Testemunho que até hoje tem apenas crescido e fortalecido. A minha Fé só tem aumentado e eu tenho feito e visto coisas maravilhosas, coisas de Deus. Por isso eu sempre digo que o mundo é muito mais do que aquilo que nos chega aos olhos. Com Fé suficiente e vivendo o Evangelho, o "véu" é levantado e nós vemos e conhecemos mais sobre as criações e obras de Deus. 


Quanto mais nos aproximamos de Deus mais sentimos o Seu Amor por nós. Ele responde às orações de todos e eu recebi uma resposta a uma oração - uma que eu fazia à anos mas no dia do meu aniversário eu a fiz de novo e 4 meses depois recebi a resposta - não um sinal dos Céus, não uma luz que me envolvia mas na forma de duas missionárias que decidiram parar e falar comigo. 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Do Tempo XV - Da Hora das Decisões


Com o fim deste Ano aproxima-se a hora das decisões que ditarão o curso que a minha vida vai tomar. A Defesa da minha Tese está marcada para a semana que vem e sei que, mal saia do anfiteatro e saiba a decisão do júri  o meu tempo de preparação estará na recta final e eu terei de tomar uma decisão sobre o rumo que desejo para a minha vida, tanto pessoal como profissional pois, dependendo do percurso que decida seguir, uma irá afectar a outra.
Tenho pensado muito no que fazer a seguir, tenho-me preparado mentalmente para qualquer cenário que venha a acontecer mas é sempre muito difícil pois não consigo ver muito para além do "marco"..  Como se o meu futuro estivesse escondido por detrás de uma neblina que só irá levantar quando eu fizer uma escolha..

Como falei em outro texto - O Final de um Ciclo - o que torna a escolha ainda mais difícil é o facto de muito pouco me prender e forçar a uma escolha, ou a uma determinada direcção. Às vezes pensamos que não namorar, que não ter família nossa, que vai facilitar as escolhas na hora das decisões mas, no meu caso, eu sinto exactamente o contrário. O facto de não namorar, nem ter uma família minha (Pai, Mãe não conta neste caso pois, apesar de custar, sei que me apoiarão na decisão que tomar), me dificulta a escolha de um caminho pois eu não consigo ver o que poderei perder, ou ganhar, a nível pessoal e afectivo, com determinada decisão profissional que venha a tomar.

O mundo ajuda pouco nestas coisas do pessoal e afectivo.. O que dizem é para escolher sempre o profissional pois o que se quer é dinheiro e mais dinheiro, com a desculpa de que a vida não está fácil. Eu sei que a vida é bem difícil e é por isso mesmo que eu sei que apenas vivendo para o profissional eu não criarei o suporto pessoal e emocional para viver em um estado de felicidade. Pois é isso mesmo que eu desejo - felicidade - e isso nunca se irá conseguir quando se menospreza o lado pessoal e afectivo apenas por um emprego. O mundo ensina que a minha situação é, de certa forma, privilegiada pois nada me prende além da família e que, como sou ainda jovem, é fácil escolher e sair pelo mundo. Não consigo ver essa relativa facilidade que falam. Não por ser um jovem "caseiro" mas porque simplesmente não sei o que me espera. 
Eu não sei se o facto de escolher ir investigar para fora do pais me irá ajudar a casar e formar uma família  mas a nível profissional seria, muito provavelmente, algo excelente. 
Eu não sei se escolher ficar cá e "trabalhar no que aparecer" poderá facilitar um crescimento pessoal (pois isso acontece mais facilmente quando estamos em um local onde já conhecemos e somos conhecidos) mas, a nível profissional, poderá não ser algo muito bom e que promova uma carreira de relativo sucesso.

Muitas questões por responder e muitos "prós" e "contras" para ponderar em cada caminho para qual eu olhe. Nada nos prepara para estes momentos e eu sinto-me realmente mal preparado para a tomada de uma decisão que ditará o meu futuro. Não por falta de conhecimento, não por falta de coragem em dar o passo mas porque simplesmente é algo tão complexo e que pode mudar tanta coisa que eu simplesmente não consigo ver através da neblina e saber qual dos caminhos levará a uma vida feliz.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Do Tempo XIV - Dos Registos de uma Vida.


Nos últimos dias comecei a escrever uma espécie de registo dos eventos que acontecem na minha vida. Não posso chamar diário porque, apesar de tentar escrever diariamente, irei lá escrever textos análogos aos que aqui escrevo, relatos e eventos da minha vida ou até sobre temas variados como Física e Química. 
Mas porquê manter um registo da nossa vida?

A resposta é simples. Um registo é uma forma muito eficiente de nos lembrar das coisas que fizemos no passado. Apesar de pensarmos que a nossa memória durará sempre, e falo por mim, pois eu lembro-me de coisas que fiz à muitos anos atrás; tenho a noção que muitos detalhes, muitas pequenas coisas, se perderam no tempo. 

Há dois anos tentei começar um registo. Escrevi muitas coisas, principalmente relacionadas com a espiritualidade (pois era algo muito recente na altura), sobre musica e também sobre dificuldades que tinha. O problema é que a rotina não foi estabelecida e, um dia sem escrever, passava a dias, semanas até meses. Na passada quarta-feira decidi começar a escrever um registo de raiz e forçar-me a escrever todos os dias, mesmo que seja pouca coisa cada dia. Tudo isto porque sei que as coisas que lá escrever poderão, um dia no futuro, me ajudar num momento difícil  numa dificuldade que já passei e ficou registada mas, principalmente  poderei ler todo o meu progresso ao longo do tempo. Nós aprendemos com o passado em geral mas aprendemos muito com o nosso próprio passado. Ao ver como reagimos em determinada situação no passado poderemos aprender a reagir de forma diferente e melhor.

Este blog faz parte desse registo mas está escrito para o mundo. No meu livro escrevo para mim, para um eu no futuro. Em apenas 4-5 páginas escritas já aprendi bastante. Já posso dizer que, o que lá escrevi, me ajudou na mesma hora, apenas porque me fez relembrar muitas coisas boas, muitas bênçãos, muitas fraquezas mas principalmente o lado bom e forte do meu ser.

Acho que todos deveríamos escrever umas coisas, muito ou pouco de cada vez, pois, essas coisas nos poderão ajudar muito no futuro e podem ajudar muito outras pessoas, que poderá ser a nossa própria descendência. Eles, um dia, poderão olhar para a nossa história de vida e ver que o caminho da perfeição, apesar de parecer muito difícil e tortuoso, é possível de ser percorrido e, como prova, temos as nossas Escrituras Pessoais.