sexta-feira, 26 de julho de 2013

Às mulheres


Há mais de uma semana que tento escrever este texto. Talvez falta de inspiração ou a minha cabeça não ande virada para a escrita mas desde há algum tempo que gostaria de escrever um texto dedicado especificamente a elas. Porquê? A resposta é relativamente simples - porque são importantes, tanto como os homens, mas desde sempre que foram maltratadas/inferiorizadas e, hoje em dia, acho que é bem pior do que nos tempos antigos.

Porque acho eu que é pior? porque é cada vez mais normal ver que são elas que se inferiorizam e que escolhem que se olhe para elas como um objecto de prazer do que como alguém para se respeitar. Sim, falo da forma como se vestem; sim, falo da postura que muitas apresentam; sim, falo da forma como falam de vocês próprias. Do meu ponto de vista, seria tão bom sair à rua não ter de ver uma moça quase despida a andar pela rua e depois a ver queixar-se nas redes sociais que ninguém olha para ela com respeito e que ninguém gosta dela pela sua personalidade e que todos os namorados que teve apenas a usaram. Depois, revoltada com essa sociedade que a usou, ela começa a entrar na brincadeira e usa os outros também. 
É triste ver isto nos homens mas acho ainda mais triste ver este tipo de comportamento nas mulheres. É triste ouvir comentários, de pessoas mais velhas, a dizer que "agora eles é que têm de ter cuidado com elas". 

Este texto não é para dizer mal de vocês mulheres mas sim para mostrar o belo que há em vocês. Porquê se perderem no que é fútil e sensual quando existe mais beleza no que é misterioso e virtuoso. 

A foto que escolhi foi propositada. Ela mostra o que para mim é mais belo numa mulher - O Carinho, o Amor, a maternidade e, apesar de a foto não mostrar mas igualmente belo - o sorriso, o olhar, a postura misteriosa e virtuosa.. acredito que não há criação mais bela do que a mulher. Então, porque é que essa beleza se confunde cada vez mais com sensualidade e sexualidade? Porque é que é preciso mostrar tudo quando a beleza é encontrada num simples sorriso, em um simples olhar, num só gesto ou palavra. 

Eu nunca vi nada mais belo do que ouvir uma mulher a falar das coisas que gosta, de a ver sorrir, de ver uma mulher que estudou e sabe manter uma boa conversa e que não precisa de distracções para chamar atenção de quem a rodeia, porque as suas simples palavras, sorriso e postura já chamam a atenção para ela.
Acho que a auto-estima que procuram, o valor que procuram, não se encontra na forma do vosso corpo mas na virtude, no carinho, no amor, no olhar, na forma como falam e daquilo que falam. 

"Uma mulher precisa que lhe digam que ela é bonita. Precisa que lhe digam que é valorizada. Precisa que lhe digam que tem valor."

Um dia alguém disse estas palavras e quão verdadeiras elas são. Acredito que se os homens as repetissem, todos os dias, às mulheres que estão ao lado deles, elas nunca precisariam de usar de outros meios para chamar a atenção e se afirmarem. 
Aos homens que possam ler este texto, apenas afirmo que a mulher não está acima ou abaixo do homem mas sim a seu lado. Deve ser tratada com respeito, com amor e sempre lembrada do quão bonita é, do quanto é valorizada e relembrada de todo o seu valor. 
Às mulheres digo que a vossa beleza não se encontra no que nos chega aos olhos, isto é, não se encontra nas formas do corpo ou nas roupas que usam mas sim na vossa virtude, no vosso sorriso, no vosso olhar..   


terça-feira, 16 de julho de 2013

O Paradoxo do Gato de Schrödinger e as decisões.


Bem, antes de passar ao texto eu quero dizer que - estou vivo!
Estas última semanas têm sido bastante complicadas, ao nivel de carga de trabalho, e o tempo para o blog tem sido curto. Aliado a algumas indecisões pessoais, o blog passou mesmo para terceiro plano. É devido a estas indecisões que hoje escrevo este texto.



Na última semana escrevi o texto mais triste que alguma vez escrevi aqui no blog. Nem tudo que tenho comigo é bom e soube-me bem partilhar um outro lado meu. No seguimento do que se passou eu passei uma semana com algumas decisões a tomar. É nesse sentido que hoje trago este texto.

Apesar de a imagem ser pouco alegre o que tenho a apresentar é tudo menos triste. 
Como físico que sou eu tive uma cadeira na universidade chamada de Física Quântica. Nesta cadeira, entre outras coisas, nós aprendemos um principio fundamental -  Princípio da Incerteza de Heisenberg. Este principio diz, de uma forma simples, que ao nível quântico, é impossível saber com exactidão a velocidade e a posição de uma partícula, simultaneamente (se sei a velocidade então não sei, exactamente, onde se situa a partícula; e vice-versa). Ou seja, em Quântica existe incerteza em quase todas as medições e, quando fazemos uma já estamos a condicionar o possível resultado de outra. 

Para tornar o problema da incerteza mais fácil de entender, o Físico -  Erwin Schrödinger - decidiu realizar uma experiência mental chamada de Paradoxo do Gato de Schrödinger. Nesta experiência ele colocava um gato dentro de uma caixa e dentro dessa mesma caixa ele colocava um veneno que seria libertado em um momento aleatório, ou seja, o experimentalista nunca saberia quando o veneno seria libertado. É seguro afirmar que quando o veneno fosse libertado o gato morreria. O paradoxo surge do facto de nós apenas sabermos se o gato está vivo ou morto apenas depois de abrir a caixa e verificar o estado do animal. O que Schrödinger postulou é que, enquanto não se abrir a caixa, o gato poderá estar simultaneamente vivo e morto e que quando a abrimos escolhemos o estado do gato. 

Agora perguntam vocês - o que é que isto tem a ver com a vida real?
A resposta é bem simples e para o demonstrar continuarei a contar o que me aconteceu na semana passada. Depois de ter a minha mente envolvida em dúvidas e incertezas, principalmente incertezas relativas ao meu passado, eu cheguei a um ponto em que tive de pedir ajuda e, se seguem o blog saberão a Quem foi. Fiz uma oração simples e, enquanto seguia a minha vida diária, veio este paradoxo à minha mente - O Paradoxo do Gato de Schrödinger. E, de novo, devem estar a pensar em que isto me poderia ter ajudado. 
Como conheço bem este paradoxo a resposta foi clara como a água. 

Enquanto eu não agisse eu nunca iria saber qual o caminho a seguir. 

Enquanto eu não fizesse a escolha de abrir a caixa eu nunca iria saber se o gato estava vivo ou morto, ou seja, eu tinha de parar de viver na incerteza e decidir o que fazer seja para bem ou para mal. Claro que o objectivo é ser para bem mas isso vem mais à frente, à medida que vamos caminhando e fazendo as melhores escolhas possíveis. 

Nós devemos parar de viver na incerteza; nas incertezas do que poderia ter sido, do que poderá ser. Devemos deixar de estar parados e presos à nossa falta de coragem para agir apenas porque não sabemos o que virá a seguir. Nós apenas saberemos o que vem quando nós, finalmente, agimos e abrimos a caixa. Nós não sabemos todas as coisas e o mínimo que podemos fazer é parar para pensar e pedir conselho mas o acto de agir irá ser apenas nosso e será apenas nesse momento que nós deixaremos de ter incertezas.

  

domingo, 7 de julho de 2013

Dois Invernos e Dois Verões



Algo se perdeu.. 

Percorro pelos dias e em cada momento em que o Sol encontra a Lua eu olho para ela e vejo aquilo que perdi.
Todas as noites procuro pela luz dela, como sempre fazia, mas hoje já não a encontro.. 

..não a vejo..
não a sinto..
...não a recupero..

Como posso ser pleno de felicidade se um dia, na hora em que a Lua aparecia no céu e o Sol se despedia dela, eu fiz o mesmo e não mais olhei para trás..
O símbolo da vida, que outrora estava em meu pulso.. parte nas mãos dela.. aconchegado e protegido. Nesse momento eu lhe entrego tudo..   e me afasto..

O meu coração parte-se e divide-se em dois.. o Amor foi com a Lua mas o vazio ficou com o Sol..

O solstício de Inverno chega e presenteia-me com a Esperança para deixar de viver com um vazio mas eu só tinha metade..

Passam dois Invernos e dois Verões e, agora no terceiro, eu ainda procuro pelo que um dia deixei para trás mas o tempo não me devolve e o Sol não encontrará a Lua..


O que sou, o que conhecem, aquilo que lêem, que ouvem e que vêem, é apenas uma metade..

..uma metade que à dois Verões e dois Invernos, começou como apenas um vazio..