domingo, 25 de maio de 2014

Quanto vale a vossa alma?



"Integridade é a coragem de fazer o certo a despeito das consequências e da inconveniência"
 - Elder Tad R. Callister


Gosto muito desta frase de Tad R. Callister sobre a integridade; para a complementar, e antes de prosseguir, irei colocar a definição de dicionário de integridade:
(Etm. do latim: integritas.atis)
-Particularidade ou condição do que está inteiro; qualidade do que não foi alvo de diminuição; inteireza.
-Condição do que não sofreu alteração; que não foi quebrado nem atingido; que está ileso: integridade física ou mental.
-Figurado. Característica da pessoa que é íntegra; qualidade de quem é honesto; que é incorruptível.
-Figurado. Cujos comportamentos ou acções demonstram rectidão; honestidade.
-Figurado. Atributo da pessoa inocente; qualidade de quem é puro; castidade ou inocência.

Da definição, aprendemos que ser integro é qualidade de ser inteiro, honesto, incorruptível, honesto, puro e inocente. É interessante ver que a palavra inteiro e integridade façam parte da mesma família - quem é integro então está inteiro, incorruptível. Algo que é corrupto é algo que se altera ao longo do tempo; por exemplo, os nossos corpos são corruptos porque necessitam de alimentos para serem capazes de manter a sua forma e função, e, apesar disso, envelhecem à medida que os anos passam. Associada à integridade está uma pergunta muito famosa: "quanto vale a alma de um homem?" - no fundo é nesta frase que se baseia a imagem escolhida - será que até quando a nossa vida é ameaçada nós deixamos de ser íntegros e vendemos a nossa alma?

Há sete princípios de integridade que gostaria de focar:

1.- A integridade é o alicerce de nosso carácter e de todas as outras virtudes:
C.S.Lewis disse que quando cometemos um erro numa equação matemática não podemos simplesmente prosseguir: "Quando começamos uma soma da maneira errada, quanto antes admitirmos isso e voltarmos e recomeçarmos, mais rapidamente progrediremos". Eu já resolvi muitas equações matemáticas durante a minha vida eu aprendi, por experiência, que se deixar um erro por corrigir ele irá propagar-se por toda a equação e o resultado final estará muito longe do certo. Os nossos alicerces funcionam exactamente da mesma forma; quando temos alicerces bem fortes, como rochas, então tudo o que crescer irá estar bem seguro. Uma quebra na nossa integridade é semelhante a uma fissura nos nossos alicerces; no inicio poderá parecer irrelevante mas, à medida que o peso vai aumentando, a fissura irá aumentar e algum dia irá ceder. Para tornar os nossos alicerces bem fortes poderá ser necessário passar pelo doloroso processo de arrancar os alicerces fracos e danificados e os substituirmos, pedra por pedra, por um alicerce de integridade. É doloroso mas é possível.

2.- Integridade não é apenas fazer o que é legalmente correcto, mas o que é moral: 
As leis dos homens mudam consoante os partidos políticos no poder, consoante a vontade geral de um povo mas isso não torna as coisas correctas. Sim, nós devemos obedecer a lei mas quando essa lei é permissiva quanto a questões morais, como o adultério, isso não irá fazer com que o facto de praticar adultério se torne uma coisa moralmente certa, ou seja, integra.  Ser integro não é apenas a aderência a um código legal, é também a aderência ao código moral mais elevado. Abraham Lincoln sugeriu que "[devemos] viver de acordo com os melhores anjos de nossa natureza"

3.- A integridade toma decisões com base nas implicações eternas:
Uma pessoa integra é capaz de tomar decisões tendo em conta as possíveis consequências dessas escolhas em terceiros e, sobretudo, em si mesmo. Estas consequências podem acontecer num curto espaço de tempo como podem acontecer num futuro não muito próximo mas elas irão certamente acontecer. Um exemplo que é conhecido de todos são as cábulas durante os testes. Todos nós conhecemos alguém (até nós próprios) que já copiou em pelo menos um teste da escola. A desculpa para copiar era semelhante a esta "eu preciso da nota" . De que vale ter uma nota alta num teste se, no processo, nós perdemos a nossa integridade? A maior razão para se copiar nos testes é a falta de preparação, de estudo, culpada por uma vida de ócio e preguiça. Por estarmos sem preparação então nós, em vez de enfrentarmos a nossa incompetência de cabeça erguida, nós escolhemos ir por um atalho que irá "vender" a nossa alma por uma simples nota. Na altura pensamos que foi bom porque tivemos uma boa nota mas o nosso alicerce já está danificado e a pressão, à medida que a vida passa, irá apenas aumentar e, um dia, irá ceder. 

4.- A integridade é revelar toda a verdade e nada mais que a verdade:
Quem é integro é honesto, não mente. Nós podemos cometer muitos erros durante toda a nossa vida, muitos deles até fruto da nossa ignorância mas há algo que é sempre feito de uma forma voluntária e premeditada - a mentira. Quando nós mentimos nós escolhemos não dizer a verdade. Isto parece ser uma redundância mas a palavra chave é "escolhemos". Nós não somos obrigados a mentir - nunca! Se uma pessoa aponta uma pistola à minha cabeça e, sobre coação, me obriga a dizer que algo não é aquilo que eu sei que é, eu não irei mentir. O preço é demasiado elevado. Eu posso até perder a minha vida mas a minha alma irá viver eternamente e a forma como irei passar a eternidade está estritamente dependente da forma como vivi esta vida - se fui integro ou não.

5.- A integridade não apresenta álibis ou desculpas:
Ou seja, nós não devemos arranjar desculpas para justificar os nossos erros e fraquezas. Entre muitas outras, há uma verdade que é universal - temos sempre escolha. Quando fazemos algo errado, e sabemos que é errado, nós não podemos culpar os outros por cometermos esse erro. Podemos ser alvo das piores ameaças, podemos até ter uma pistola apontada à cabeça mas é nesses momentos de verdade que os nossos alicerces são realmente testados. É fácil ser integro quando as coisas vão bem mas é quando as coisas começam a ficar mais complicadas, que nós somos realmente testados na nossa integridade, no nosso carácter.  

6.- A integridade é o cumprimento de nossos convénios e de nossos compromissos mesmo nos momentos inconvenientes:
Os Santos dos Últimos dias, o povo do Senhor, é um povo de convénios. Um convénio é um contracto feito com Deus em que nós prometemos ser obedientes a uma lei e Ele nos promete bênçãos. Este contracto é feito entre um Ser Perfeito e nós, seres imperfeitos; nós falhamos mas Ele nunca falha. Apesar desta nossa condição imperfeita, quando fazemos um convénio nós devemos tentar, todos os dias, a toda a hora, cumprir essas coisas. Como falei no ponto 5., é fácil fazer as coisas quando tudo está bem mas será quando as coisas se tornam mais desconfortáveis que nós iremos ser realmente testados na nossa fé, na nossa convicção, na nossa integridade. 

7.- A integridade não é governada pela presença de outros. Ela tem uma motivação interna e não externa:
Certa vez um filho estava a passear com o pai e passaram junto de um campo de milho. O pai parou, olhou para os dois lados e, como não viu ninguém, subiu a cerca para ir apanhar algumas espigas de milho. O filho olhou fixamente para o pai e, em tom reprovador, disse :"pai.. tu te esqueceste de olhar para cima..". A nossa integridade não deve ser uma máscara que apenas usamos quando estamos com outras pessoas. Um homem que se mostra simpático, prestativo, e que apoia os seus conhecidos e tem um comportamento exemplar em locais públicos mas que, em casa, não apoia nem ama a sua esposa, não é um homem integro mas sim um hipócrita. Na peça de Hamlet, de Shakespeare, Polonio diz a seu filho Laerte:

Sê verdadeiro contigo mesmo
E assim como a noite segue o dia,
Não serás falso com nenhum outro homem.

Como o Elder Tad R. Callister disse, e eu repito, que a nossa alma ostente uma placa com a seguinte inscrição: "Não está à venda por preço algum!". Nós devemos ser homens e mulheres íntegros, não porque precisamos mas porque queremos. 


quarta-feira, 21 de maio de 2014

Felizes ou miseráveis?



"Podes escolher ser sábio e feliz ou idiota e miserável... a escolha é tua" - Gordon B. Hinckley

Esta citação resume todas as coisas em que acredito - é melhor ser sábio, fazendo as escolhas certas que nos levam a um estado de felicidade, do que arriscar com escolhas menos boas e viver um estado de infelicidade ou miserável.

Os meus últimos textos têm sido todos focados em dois pontos fundamentais - As escolhas e em arriscar. A nossa vida é composta por uma sequência de escolhas e consequências, onde nós temos pleno controlo sobre as escolhas mas não podemos controlas as suas consequências. Apesar desta falta de controlo sobre a totalidade da nossa caminhada, nos foi dada uma ferramenta fundamental para que fossemos capazes de realizar as melhores escolhas e, com isso, viver as melhores consequências (mesmo que sejam a médio-longo prazo) - essa ferramenta chama-se inteligência, capacidade de discernir, de pensar, capacidade de avaliar riscos, capacidade de pedir conselhos, de pedir ajuda, capacidade de saber ouvir, de ver, de experimentar e observar. No fundo, nós temos todas as ferramentas para sermos felizes.. a escolha é totalmente e apenas nossa.

Apesar deste controlo absoluto sobre o nosso percurso de vida, as pessoas ainda vão contestar e dizer: "não é bem assim". Nós temos uma falha, uma característica, que nos faz pensar desta forma derrotista. Nós somos mais rápidos a pensar, e focar, nos problemas, nas dificuldades, no que em ter esperança e visão nas coisas melhores mais à frente (e até de agora). Quando temos uma montanha para escalar nós somos mais rápidos a pensar "mas que montanha tão alta!... não vou conseguir, não tenho forças para isto tudo, vou falhar, a montanha é muito alta" do que a pensar algo do tipo: "com esta montanha eu irei ser mais forte, irei sair da minha zona de conforto, irei arriscar, irei sentir-me vivo e, no topo, eu irei ter o mundo aos meus pés.. a recompensa será gloriosa!! ". Existe uma diferença abismal entre os dois discursos; por um lado temos uma pessoa derrotista e que desiste antes de tentar e que rapidamente irá ficar desanimada na primeira pedra de tropeço e, do outro lado, temos uma pessoa que foca a sua mente e espírito na recompensa, no que irá ganhar durante a escalada, olha para as suas fraquezas como algo a melhorar e não como âncoras que prendem à base da montanha. 

Durante a escalada da nossa vida, vamos encontrar muitas montanhas, muitos penhascos, muitas pedras de tropeço e todas essas coisas nos irão fazer repensar se vale a pena continuar a subir ou se desistimos da nossa vida - porque é isso que acontece.. É nessa altura das nossas vidas que nós nos sentimos sozinhos, sem ajuda, sem apoio mas nós nunca estamos verdadeiramente sozinhos. Como um alpinista leva sempre o seu equipamento de escalada, ele, acima de tudo, nunca vai escalar sozinho. Nós também devemos nos preparar, devemos ser sábios, e devemos caminhar sempre acompanhados. Não há melhor apoio do que o apoio de quem nos Ama. Essa pessoa estará sempre ao nosso lado, principalmente quando escorregamos e só temos a sua mão a nos segurar. Família e amigos também estarão lá para nos apoiar e, não esquecer, próprio Deus, nosso Pai, também está lá para nos ajudar. Nenhum deles irá escalar a montanha por nós, nenhum deles irá eliminar as dificuldades mas todos irão lá estar para nos ajudar a escalar e ajudar a levantar sempre que caímos. A montanha é nossa para escalar e a escolha de a escalarmos sozinhos é também só nossa.

A vida é feita de escolhas, umas são boas e outras menos boas e até más, mas nós podemos escolher - temos liberdade total para isso. Quando pensamos que não temos escolha, estamos a colocar os nossos medos, o problemas e a nossa fraqueza em primeiro lugar. Todas as montanhas parecem altas quando estamos na sua base mas, quando chegamos ao topo, iremos ver que todas as montanhas que já escalamos no passado eram pequenas comparadas a esta, e que novas montanhas surgirão - maiores! 
Quando a altura para uma nova escolha chegar nós vamos ter apenas dois caminhos possíveis - Continuamos em frente rumo à felicidade ou vamos desistir e, no fundo, estagnar. 

quinta-feira, 15 de maio de 2014

A velocidade da vida..



Eu gosto de fazer analogias e a de hoje será sobre velocidade. A razão porque escolhi esta metáfora é porque hoje fiz o meu exame de código de condução (nunca fiquei tão contente por tirar um 0 :D ) e a metáfora pareceu-me a mais adequada!

Eu não conduzo mas pelo que observo, há três tipos de condutores:
- Os aceleras, que têm o pé pesado, que gostam de andar acima do limite de velocidade e que, no fundo, têm a maior probabilidade de provocar um acidente ou de apanhar um grande susto;
- Os caracóis, que, como o nome sugere, andam abaixo do limite mínimo de bom senso no que toma a velocidade. Andam tão devagar que se pode dizer que não vão a lado algum;
- Por fim temos os condutores moderados, aqueles que cumprem os limites e são capazes de chegar a algum lado em segurança.

Na vida há momentos em que desejamos acelerar mais rápido do que as nossas pernas são capazes de aguentar; um momento assim é quando estamos eufóricos, muito alegres, e tomamos decisões que não foram bem pensadas. Isto também acontece quando estamos zangados. Quando tentamos andar para além daquilo que nós aguentamos então o nosso corpo, a nossa mente, e até o nosso coração, irão chegar a um ponto em que se irão cansar ou até deixar de funcionar como deve ser - é nestas alturas que caímos, que temos acidentes, que ficamos desmotivados por estarmos a ir tão bem e do nada parámos ou tudo parece parar. 
Por outro lado, temos os momentos da nossa vida em que parece que nada anda, que nada muda, que parece que não saímos do sitio. Muitas vezes culpamos estas situações em factores externos (não tenho emprego, não tenho dinheiro, não tenho amigos, não ter namorada, não tenho cão nem gato..) mas, na maior parte dos casos, esta vida a passo de caracol é causada pelo medo de agir, pela indecisão, pelo medo de arriscar, pelo medo de sair da zona de conforto, pelo medo do que o mundo nos possa fazer. As pessoas que andam muito devagarinho na estrada fazem-no porque têm tanto medo de provocar acidentes que andam a empatar todo o trânsito e até a sua própria deslocação - provocando também desconforto e por vezes acidentes. Na vida é igual, se andamos a velocidades quase zero é bem provável que cheguemos a estados de depressão, de estagnação, de simplesmente não sair do sitio.

A vida é para ser vivida de uma forma moderada - sem exagero no excesso e sem exagero no zelo. Devemos arriscar mas sempre de uma forma pensada, principalmente nas possíveis consequências das nossas decisões. Grande parte dos problemas vai acontecer quando nós não pensamos antes de arriscar, correndo o risco de cair de cabeça em vez de cair de pé; ou quando pensamos demais antes de arriscar, o que faz com que as oportunidades passem e nós ficamos perdidos na indecisão. O tempo não pára para nós pensarmos ou quando estamos caídos no chão.. 

Quando caminhamos por esta vida de uma forma moderada, nós vamos ser capazes de pensar antes de arriscar mas o iremos fazem com tempo, com a noção das possíveis consequências dessa nossa decisão. É bom saber abrandar quando estamos num estado de tanta euforia (ou raiva) que só nos apetece acelerar e fazer as coisas sem pensar; devemos, também, saber acelerar quando vemos que a nossa vida está a passar-nos toda ao lado e nós, com os nossos medos e indecisões, estamos a perder todas as oportunidades de crescer, ser melhores e ter tudo que merecemos.. 







sexta-feira, 9 de maio de 2014

Escutar o mundo.



Escolhi esta imagem porque ela descreve a maior parte de nós, eu incluído, nas nossas vidas diárias. Ontem, quando fui dar uma volta pela cidade, reparei que eu tenho uma rotina - coloco os headphones nos ouvidos, selecciono uma das minhas playlists e saio de casa. Ando pelas ruas da cidade com a música sempre a tocar; passo pelas pessoas, pelos jardins, e não ouço nada do que se passa "lá fora". Em casa é o mesmo; ligo o PC e carrego no play do teclado para começar logo a ouvir música. Ainda agora estou a escrever este texto e estou a ouvir música (algo que nunca faço e, por isso, acabo de a desligar para me conseguir concentrar). 
Ouvimos sempre dizer que ouvir música é bom, que até desenvolve a nossa mente, que ajuda a meditar, que ajuda a estudar mas, na fase final da caminhada de ontem eu cheguei a outra conclusão:

Não tenho momentos de silêncio na minha vida diária a não ser quando vou dormir. 

Hoje de tarde decidi imitar os gatos e deitei-me no chão da sala, com o sol a entrar com toda a força, com a janela aberta a deixar entrar o vento, e decidi fechar os olhos e simplesmente ouvir. Ouvi os pássaros a cantar, ouvi o vento a passar pelas cortinas e a tocar-me a cara.. senti o sol a aquecer-me e ouvia perfeitamente os meus pensamentos - serenos.. 

É bom ouvir música, é ainda melhor ouvir música que seja edificante mas é bem melhor quando nós temos os nossos momentos de silêncio - para escutar tudo o que está à nossa volta. Quando fui caminhar passei por uma pessoa amiga que me cumprimentou e eu, apesar de a música estar baixa, a ouvia mal até tirar os headphones. Se eu tivesse com a música mais alta e concentrado apenas no que estava a ouvir, eu iria passar por esses amigos e não os iria ver.

Quando alguém fala connosco nós devemos saber escutar. Quando escutamos alguém estamos a mostrar a essa pessoa que nós nos importamos com ela e que ela é o centro de toda a nossa atenção naquele momento. O exemplo da música que dei é símbolo de todas as distracções que nos rodeiam e que fazem ruído suficiente para que nós deixemos de escutar o que está à nossa volta. 
Muito do ruído que nos rodeia é criado por nós próprios. Somos nós que colocamos música quando deveríamos estar concentrados nos nossos pensamentos (eu sei que música ajuda a pensar mas eu refiro-me a ouvir a nossa consciência); somos nós que vamos para as redes sociais quando deveríamos estar concentrados num trabalho ou algo mais sério; somos nós que mantemos o telemóvel ligado, e atentos às notificações e chamadas, quando estamos a passar tempo com quem mais precisa de nós; somos nós que ligamos a televisão mal chegamos a casa em vez de falar com quem mais amámos; somos nós que interrompemos um desabafo quando deveríamos estar a escutar sem esperar a nossa vez para responder; somos nós que criamos todo o ruído que nos impede de ouvir a nossa consciência, de ouvir os sussurros de Deus, de ouvir quem mais amámos. 

Convido-vos a me acompanharem neste exercício de desligar todas as fontes de ruído que estão à nossa volta sempre que precisamos de estar em silêncio e, também, o exercício de nos distanciarmos de todo o ruído que falei sempre que estivermos com alguém ou a fazer algo importante. 
Estas coisas parecem ser simples bom senso mas garanto que, nos dias de hoje, é muito difícil ver alguém capaz de ignorar o seu telemóvel quando estão a fazer algo importante - seja escutar alguém ou numa reunião de igreja, ou até num momento de silêncio em que precisam de pensar. 

Nos pensamos ser livres mas basta uma notificação aparecer que nós largamos tudo apenas para a ir ver :)
  

domingo, 4 de maio de 2014

Como um pássaro..



Quando é que irás finalmente te cansar de aguentar toda a tempestade que contens aí dentro?
Quando é que a tua mente se irá calar? 
Calar todas as dúvidas, todos os medos, todas as satisfações..

Desde sempre que tudo aguentas e nada partilhas. Uma cruz pesada, e de pesar, carregaste sem ajuda, no entanto, aprendeste que a partilha te fez bem, porque não o fazes de novo? Vais esperar sempre que as tuas mãos tremam, que o teu coração se perca na sua própria força e que a tua mente se encha dos gritos daquilo que não dizes e que quer sair cá para fora; vais esperar até que tudo se torne insuportável?  
O que proteges, quem proteges? A ti não é.. sei que não é..

Os sonhos, os desejos, todas as coisas que gostarias de ver realizadas e, agora, neste momento, não vês mais do que dois passos à tua frente porque tens medo, porque não te decides, porque não arriscas, porque não ages. Nem todas as coisas do mundo dependem de ti, das tuas decisões ou indecisões; mas, por vezes é preciso arriscar, dar um passo de fé e simplesmente confiar que tudo irá correr bem. ´
Vives com o véu da incerteza a cobrir-te a face e, por não o tirares, por escolheres não o tirar, não vês o que está mesmo à frente dos teus olhos.

Os pássaros aprendem a voar porque, um dia, olham o precipício do conforto do seu ninho e se atiram.. Ao sentir o vento a passar através das suas penas e a percorrer cada canto do seu corpo, eles finalmente abrem as asas e aprendem a voar.  Eles arriscaram; arriscaram tudo, e tu, porque não arriscas?