quinta-feira, 15 de maio de 2014

A velocidade da vida..



Eu gosto de fazer analogias e a de hoje será sobre velocidade. A razão porque escolhi esta metáfora é porque hoje fiz o meu exame de código de condução (nunca fiquei tão contente por tirar um 0 :D ) e a metáfora pareceu-me a mais adequada!

Eu não conduzo mas pelo que observo, há três tipos de condutores:
- Os aceleras, que têm o pé pesado, que gostam de andar acima do limite de velocidade e que, no fundo, têm a maior probabilidade de provocar um acidente ou de apanhar um grande susto;
- Os caracóis, que, como o nome sugere, andam abaixo do limite mínimo de bom senso no que toma a velocidade. Andam tão devagar que se pode dizer que não vão a lado algum;
- Por fim temos os condutores moderados, aqueles que cumprem os limites e são capazes de chegar a algum lado em segurança.

Na vida há momentos em que desejamos acelerar mais rápido do que as nossas pernas são capazes de aguentar; um momento assim é quando estamos eufóricos, muito alegres, e tomamos decisões que não foram bem pensadas. Isto também acontece quando estamos zangados. Quando tentamos andar para além daquilo que nós aguentamos então o nosso corpo, a nossa mente, e até o nosso coração, irão chegar a um ponto em que se irão cansar ou até deixar de funcionar como deve ser - é nestas alturas que caímos, que temos acidentes, que ficamos desmotivados por estarmos a ir tão bem e do nada parámos ou tudo parece parar. 
Por outro lado, temos os momentos da nossa vida em que parece que nada anda, que nada muda, que parece que não saímos do sitio. Muitas vezes culpamos estas situações em factores externos (não tenho emprego, não tenho dinheiro, não tenho amigos, não ter namorada, não tenho cão nem gato..) mas, na maior parte dos casos, esta vida a passo de caracol é causada pelo medo de agir, pela indecisão, pelo medo de arriscar, pelo medo de sair da zona de conforto, pelo medo do que o mundo nos possa fazer. As pessoas que andam muito devagarinho na estrada fazem-no porque têm tanto medo de provocar acidentes que andam a empatar todo o trânsito e até a sua própria deslocação - provocando também desconforto e por vezes acidentes. Na vida é igual, se andamos a velocidades quase zero é bem provável que cheguemos a estados de depressão, de estagnação, de simplesmente não sair do sitio.

A vida é para ser vivida de uma forma moderada - sem exagero no excesso e sem exagero no zelo. Devemos arriscar mas sempre de uma forma pensada, principalmente nas possíveis consequências das nossas decisões. Grande parte dos problemas vai acontecer quando nós não pensamos antes de arriscar, correndo o risco de cair de cabeça em vez de cair de pé; ou quando pensamos demais antes de arriscar, o que faz com que as oportunidades passem e nós ficamos perdidos na indecisão. O tempo não pára para nós pensarmos ou quando estamos caídos no chão.. 

Quando caminhamos por esta vida de uma forma moderada, nós vamos ser capazes de pensar antes de arriscar mas o iremos fazem com tempo, com a noção das possíveis consequências dessa nossa decisão. É bom saber abrandar quando estamos num estado de tanta euforia (ou raiva) que só nos apetece acelerar e fazer as coisas sem pensar; devemos, também, saber acelerar quando vemos que a nossa vida está a passar-nos toda ao lado e nós, com os nossos medos e indecisões, estamos a perder todas as oportunidades de crescer, ser melhores e ter tudo que merecemos.. 







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